13.4.06
São três da manhã, eu estou com fome e a geladeira está curiosamente empobrecida. Mesmo assim, o demente aqui está lendo sobre carnes argentinas. E a última vez que eu comi uma carne assim, fantástica, foi em janeiro. Um bife de chorizo, por sinal. Pretendo repetir a experiência em breve.
12.4.06
Acabei de reler o excelente 100%, de Paul Pope. Por algum milagre, o gibi foi recentemente lançado no Brasil.
10.4.06
A writer friend of mine told me that a few weeks ago he had had to exclude the most gifted of his students, a young man from Swabia or Baden or Württemberg – neither he nor I can really tell these regions apart – with the significant name of Stefan Hegel, from the course for young writers he had been invited to give by a foundation with connections to a large corporation, because this Hegel kept on interrupting the readings of the texts under discussion, sometimes raising objections at every third or fourth sentence, shouting out, standing up or bursting into tears of horror, disgust or despair.Esse é provavelmente o melhor texto à Borges desde It's a Good Life If You Don't Weaken.
O mais surpreendente nessa matéria do New York Times sobre o Orkut no Brasil é ver citado um professor da Unicersidade Católica do Salvador. (user:leituras; pass:dodia)
Quantas palavras existem na língua inglesa? A resposta é bem mais complicada do que parece à primeira vista.
9.4.06
"Usar itens comuns de forma inesperada dá um charme extra no dia-a-dia e na hora de receber."
É escrevendo coisas assim que eu ganho a vida e compro meus livros.
É escrevendo coisas assim que eu ganho a vida e compro meus livros.
8.4.06
7.4.06
Sabe o processo contra Dan Brown? Aquele em que dois autores de um livro de não-ficção queriam dinheiro porque O Código Da Vinci roubava sua história? O juiz foi em favor do bom senso e ainda multou os caras-de-pau. Infelizmente não existe mais açoitamento público.
6.4.06
As capas que quadrinistas como Frank Miller, Chris Ware, Charles Burns, Seth e Art Spielgeman criaram para uma série de clássicos da Penguin são a desculpa perfeita para comprar alguns volumes que poderia ler de outro jeito. (Obrgiado, Érico)
5.4.06
O no mínimo publicou uma matéria alarmista sobre piercings, digna da Veja. Beleza alertar dos riscos, que existem, mas parece mais um caso de médicos usando sua autoridade em assuntos de saúde para se posicionarem contra um fenômeno estético e cultural.
Onde estão as proporções que dêem idéia real dos riscos? Onde estão as pessoas que se furaram e não tiveram problemas? Onde estão os piercers conceituados explicando como minimizam os riscos? Baseado no currículo de Conceição Lemes - autora do texto - ou ela esqueceu o prazo da matéria ou quer convencer a filha (que nem sei se ela tem) a esquecer esse negócio de piercing.
Onde estão as proporções que dêem idéia real dos riscos? Onde estão as pessoas que se furaram e não tiveram problemas? Onde estão os piercers conceituados explicando como minimizam os riscos? Baseado no currículo de Conceição Lemes - autora do texto - ou ela esqueceu o prazo da matéria ou quer convencer a filha (que nem sei se ela tem) a esquecer esse negócio de piercing.
4.4.06
Um comprimido de ecstasy faz mais bem do que mal. 40 mil fazem mais mal do que bem, mesmo distribuídos ao longo de 9 anos.
3.4.06
2.4.06
And because this phenomenon wears itself so clearly as the convergence of downtown cool and easy, abundant money, it is also, of course, about stuff—though that’s not all it’s about. It’s more interesting as evidence of the slow erosion of the long-held idea that in some fundamental way, you cross through a portal when you become an adult, a portal inscribed with the biblical imperative “When I was a child, I spake as a child, I understood as a child, I thought as a child: But when I became a man, I put away childish things.” This cohort is not interested in putting away childish things. They are a generation or two of affluent, urban adults who are now happily sailing through their thirties and forties, and even fifties, clad in beat-up sneakers and cashmere hoodies, content that they can enjoy all the good parts of being a grown-up (a real paycheck, a family, the warm touch of cashmere) with none of the bad parts (Dockers, management seminars, indentured servitude at the local Gymboree). It’s about a brave new world whose citizens are radically rethinking what it means to be a grown-up and whether being a grown-up still requires, you know, actually growing up.
1.4.06
No one seriously doubts anymore that the Internet will fundamentally change the news business. The uncertainty is whether it will only change the method of delivering the product, or whether it will change the nature of the product as well. Will people want, in any form—and will they pay for—a collection of articles, written by professional journalists from a detached and purportedly objective point of view?
Se me lembro bem das aulas de teoria do jornalismo, a objetividade jornalística foi um efeito dos jornais comerciais surgidos nos EUA do século 19. Na tentativa de ganhar leitores entre a massa de imigrantes de diferentes nacionalidades, religiões e o escambau, os jornais passaram a secar os textos de opiniões.
Com a multiplicação das fontes de notícias, os jornais e revistas vão se tornando cada vez mais produtos destinados a nichos. Ter opinião manifesta e honesta - ao contrário da nojenta revista semanal brasileira de maior circulação - vai se tornar uma questão comercial.
Amanhã, dia 2 de abril, este blog faz cinco anos. É meia década de cultura, informação, debates e pornografia estranha.
Quem quiser comemorar, aceito convites para beber (apenas na Grande São Paulo), presentes de uma dessas três listas, um espaço decente de hospedagem ou um template novo - que já passou da hora.
Quem quiser comemorar, aceito convites para beber (apenas na Grande São Paulo), presentes de uma dessas três listas, um espaço decente de hospedagem ou um template novo - que já passou da hora.
31.3.06
30.3.06
Hoje, o discurso político coloca as filiações religiosas acima de todas as outras. Mas não precisa ser assim.
29.3.06
Bjorklund and Bering argue that if ideas about an afterlife were solely a cultural phenomenon, the opposite would be true: Younger children would be less likely to believe, not more. If humans are blank slates when it comes to religious belief, then the exposure to society's ideas about souls and heaven would influence young skeptics to take on these ideas and become believers as they aged. Instead, the data shows that older kids are more skeptical.
Segundo uma pesquisa do Ibope, 75% dos brasileiros cometeriam atos de corrupção se estivessem no lugar dos políticos. Histórias ou psicológicas, as razões são muito complicadas.
O YouTube é uma mina de ouro de vídeos interessantes, como essa versão de Final Fantasy. (Obrigado, Mojo)
Neophilia has been, and still is, the key element in our culture. We have a long tradition of importing new things and welcoming them just for their novelty, from Buddhism, guns, playing cards, and tea to RPGs. And as for kid stuff—well, hey, our pop culture has been based almost entirely on childishness. The very first Japanese novel—The Tale of the Bamboo Cutter—was a fairly tale, ending with a pun. We have always favored childish things like wordplay and spectacle over the subtler arts of the aristocratic "high culture" of the ruling class.
28.3.06
O futuro do jornalismo se parece muito com o presente dos artistas de rua. E isso é muito bom, desconfio.
Stanislaw Lem, escritor polonês de ficção científica, morreu ontem. Nenhum dos muitos obtuários explica tão bem a importância do autor quanto um texto que Bruce Sterling publicou ainda na década de 80.
A lista anual das maiores fortunas do mundo coloca uma pergunta difícil de ser respondida: por que alguém quer ser um bilhionário?
27.3.06
Marisa Monte lançou dois cds recentemente - Infinito Particular e Universo ao Meu Redor - que vêm com controles de direitos autorais escrotos. Para ouví-los no computador, é preciso instalar um programa da gravadora, que fode bastante o seu PC.
Não compre essa merda. Baixe da Internet ou compre o pirata. Quem gasta dinheiro não merece ser tratado como ladrão.
Não compre essa merda. Baixe da Internet ou compre o pirata. Quem gasta dinheiro não merece ser tratado como ladrão.
25.3.06
23.3.06
When I was nine I discovered a pile of pornographic magazines in the woods behind my house. I was in yeshiva at the time, or I might not have realized that God was testing me as He had once tested Abraham with the sacrifice of Isaac. "Nice try," I said, and ran home. But I returned the next day, and the magazines hadn't moved. I failed right there in the woods. I brought the magazines home, and failed straight through the evening. When my parents left the next morning to do some errands, I took the magazines out back with a bottle of lighter fluid, laid them down on the cement walkway, and offered them up as a sin offering to the Lord.
A few weeks later, I found my father's dirty magazines, and I burnt those, too. And my brother's. And my mother's vibrator. And a "Betty And Veronica Comics Digest," which Rabbi Goldfisher said was tumeh, or impure, and a tool of the Evil Inclination.
For a few years, simple sacrifices sufficed.
22.3.06
Uma pesquisa indica que os americanos odeiam os ateus mais do que odeiam gays e mulçumanos. Surpreendente.
Todo o louvor da mulher em relação a sua complexa sexualidade feminina é, na verdade, um grito desesperado por ajuda. É, sim. Um gutural urro que, traduzido em linguagem humana, significa mais ou menos: pelo amor de Deus, não sei o que fazer com todas essas zonas erógenas! Sou uma náufraga perdida num mar de baboseira cartesiana! Me come! Seja o meu Cambridge Companion to Whores.
Terminei, em algum dia da semana passada Never Let me Go, do nipo-britânico Kazuo Ishiguro. Cheio de elipses e detalhes sem explicação, o livro é um dos melhores exemplos de slipstream que já vi. Ao mesmo tempo assustador e terno, o livro deve agradar a quem gosta de Paul Auster quando ele prestava e do filme Eternal Sunshine of Spotless Mind. Já na sua livraria, com direito a primeiro capítulo.
21.3.06
Eu já escrevi aqui: telefones, em geral, só servem para pedir pizza ("Ah, então este não é o seu primeiro post sobre aversão a celulares!" É sim. O post anterior a que me refiro era sobre aversão a telefones fixos.) Porque eu não vou me arriscar a pedir pizza pela internet. Sei lá, acho que aí é abusar da tecnologia. Não funciona. Mas, fora pedir pizza, tudo o mais em comunicação à distância pode - e deve - ser feito por escrito.
Adultos infantis de todo o Brasil poderão ter o brinquedo do McLanche Feliz comendo algo mais substancioso, mas não menos gorduroso.
20.3.06
A penectomia é um método muito perturbador de modificação corporal. Com fotos.
Se for olhar, não me encha o saco depois. Estou avisando que é fucking creepy.
Se for olhar, não me encha o saco depois. Estou avisando que é fucking creepy.
19.3.06
"The fallacy behind perpetual recoinage, is to suppose that words must describe instead of stand for and evoke. For a reasonably stable language, words must continue to cover new details, and they can: we ship goods by truck and plane. We have cash in the bank though it is only a balance and not even written down. The bath room has only a shower stall. The table and bed linen are of cotton thread with some plastic intertwined. A lecture is not necessarily read. I am typing on a computer that uses no type. The man you quote who said record store was 'outdated but still in use' didn't stop to think. What are CD's and DVD's if not records?"(user:leituras; pass: dodia)
Como todas as invenções modernas, a luz artificial destrói nossa saúde e causará o colapso da raça humana.
18.3.06
17.3.06
Shaping Things - mais ou menos resumido aqui - é excelente exemplo do interesse de Bruce Starling pelo design como índice do futuro.
In July, Mexico's attorney general became a smart object. Rafael Macedo de la Concha had an RFID chip implanted in his arm that can track and authenticate him, a bold bid to fight government corruption. Of course, it's his brain that makes him smart. It's the chip that makes him an object: cataloged, searchable, and locatable in space and time.
Os brasileiros lêem menos que os argentinos - o que é óbvio, já que eles são um povo razoavelmente civilizado quando não vêm encher o saco nas praias daqui. Isso me dá uma idéia para um programa de incentivo à leitura no Brasil: um monte de argentinos - com a camisa da seleção de futebol - lendo. Sob eles os dizeres: "você não vai deixar eles levarem esse título, vai?"
Funciona melhor se a Argentina ganhar a Copa.
Funciona melhor se a Argentina ganhar a Copa.
16.3.06
15.3.06
14.3.06
13.3.06
Coisas que é bom saber, mesmo torcendo para não precisar: como colocar seu olho de volta no lugar se ele sair.
12.3.06
11.3.06
Maldito seja Daniel Galera, que me chamou a atenção para um texto que vou ter que procurar na Veja.
Ima me esquecendo: rolou um misreading meu no início do texto. Em ve de "sou meio viciado", li "sou meio viado".
Ima me esquecendo: rolou um misreading meu no início do texto. Em ve de "sou meio viciado", li "sou meio viado".
Um filósofo e um teólogo debatem sobre a necesside e os meios de estudar os fenômenos religiosos de maneira científica. O teólogo acaba demonstrando não entender muita coisa sobre o método científico. Mas a conversa é bastante civilizada.
Um texto muito bom sobre as diferenças entre uma forma de humor americana e uma niponesa. "Bom" no sentido de "bem escrito", já que não saberia dizer se ele fala merda ou não.
10.3.06
Planetary e Lovecraft são invocados por um maluco que tenta entender Lost. Há spoilers do outro lado para quem viu pelo menos parte da segunda temporada.
Por que eu insisto em ler tutoriais de como encadernar livros se sei que só vou fazer isso se houver um apocalipse qualquer?
9.3.06
Este ano eu já comprei dez livros: O Inventor da Solidão (Paul Auster - também conhecido como A Invenção da Solidão), Baía dos Tigres (Pedro Rosa Mendes), Never Let Me Go (Kazuo Ishiguro), Modesta Proposta e Outros Textos Satíricos (Jonathan Swift), Nice Work (David Lodge), 32 Stories : The Complete Optic Nerve Mini-Comics (Adrian Tomine), O Arco-Íris da Gravidade (Thomas Pynchon), Alec: The King Canute Crowd (Eddie Campbell) e Shaping Things (Bruce Sterling)
Apenas quatro dessa lista já foram lidos, com um quinto em processo. Pelo menos vinte disso entraram na Lista Infinita de Aquisições Futuras. Money, that's what I want.
Apenas quatro dessa lista já foram lidos, com um quinto em processo. Pelo menos vinte disso entraram na Lista Infinita de Aquisições Futuras. Money, that's what I want.
Será que essa bebida inspirada em Final Fantasy fará meu irmão desistir da Coca-Cola? (Obrigado, Paolo)
A suicide girl Amina Munster registrou uma de suas tatuagens. Apesar de entender as razões, ainda me parece meio ridículo. E o autor da obra não seria o tatuador?
8.3.06
7.3.06
O colunista de ficção científica do New York Times recomenda dez livros que você precisa ler. Eu só li três. (user:leituras; pass: dodia)

Esta e Maria Clara, minha irmã nova. Nascida no último dia 25, ela ainda é muito nova para ler, mas sem dúvida aprovará um dia as idéias de Swift.
Como cozinhar de maneira mais eficiente para duas pessoas. O pior é que não tenho um freezer e o meu congelador é praticamente inexistente.
Picasso é considerado por muito so maior artista plástico do século passado. E um economista comprova de forma irritantemente simples essa opinião.
Camilo Fróes - que faz um curso baseado em chutes - pode reclamar, como de hábito.
Camilo Fróes - que faz um curso baseado em chutes - pode reclamar, como de hábito.
6.3.06
Self-publishing. The term has always had a ring of desperation. With the number of books published annually now reaching the hundreds of thousands, and after seeing the quality of a great percentage of those multitudes, it becomes easy to dismiss anything rejected by all publishers as unworthy. An author going the self-publishing route, then, is just someone not coming to terms with reality.
Except for when it comes to comic books. Some of the strongest writers and illustrators of comics have decided to dip into self-publishing from time to time. What makes that medium so different that going the self-publishing route isn’t so cringe-inducing—but rather a means of heightening credibility?
2.3.06
Abaixo do Equador, seguimos a tendência americana das cozinhas cheias de equipamentos que ninguém quer usar ou limpar.
Uma tinta que bloqueia o sinal de celulares é uma boa idéia, mas a possibilidades de emergências são tantas que eu preferiria contar com a educação das pessoas.
Assinar:
Postagens (Atom)